Dados do Trabalho
Título
AMILOIDOSE ENDOBRONQUICA - RELATO DE CASO
Descrição do caso
JUSTIFICATIVA: A amiloidose endobrônquica (AE) é uma condição rara e de dificuldade diagnóstica, pode ocorrer atraso no diagnostico em mais de 12 meses a partir do início dos sintomas assim, é necessário que seja descrita e discutida, a fim de ser lembrada como importante diagnóstico diferencial. RELATO DE CASO: Feminino, 66 anos, doméstica, histórico de hipertensão arterial, diabetes mellitus II, DPOC (Gold E4), ex-tabagista, cessou há 20 anos (CT 30 m/a) e investigação de nódulo mamário BIRADS IV. Queixa de tosse produtiva e dispneia progressiva para pequenos esforços há 2 meses, episódio isolado de escarro hemoptoico. Radiografia de tórax: opacidade inferior à esquerda. Laboratório com leucocitose e elevação de provas inflamatórias, recebeu ceftriaxone e claritromicina por 10 dias, com melhora sintomática e laboratorial, mas mantendo ao exame físico sibilo localizado em terço médio de hemitórax esquerdo sem melhora com medicação inalatória. Em investigação no exame de tomografia de tórax visualizado brônquio fonte esquerdo com parede espessada com obstrução da luz quase total. Broncoscopia: lesão infiltrativa em carina principal com progressão para brônquio principal esquerdo e porção distal do brônquio intermédio com obstrução dos mesmos. Anatomopatológico com tumor amilóide em mucosa brônquica. Encaminhada para ambulatório de Pneumologia e aguarda biópsia da lesão mamária. DISCUSSÃO: A amiloidose, pode ser primária ou secundária. AE é um subtipo do trato respiratório de rara prevalência com sobrevida média de 7 a 12 anos. O diagnóstico é desafiador devido à inespecificidade dos sintomas, a maioria deles comuns a distúrbios mais prevalentes, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, tuberculose e neoplasias pulmonares. O padrão ouro para diagnóstico é através de estudo histológico, utilizando o corante vermelho do congo, mas para sua realização é necessária a suspeição diagnóstica adequada. É portanto, essencial, melhor caracterização na imagem de TC para definição dos pacientes de eleição à broncoscopia, sendo essa ainda essencial para monitorização da evolução da doença. À TC, observamos, em sua maioria, espessamento brônquico circunferencial, com calcificação mural, poupando a membrana traqueal posterior, característica da AE, com poucos diagnósticos diferenciais, e estreitamento luminal, como descrito em nosso caso. Sem cura conhecida, o tratamento da doença visa redução dos sintomas, variando desde a observação clínico-radiológica até radioterapia local e em alguns casos se beneficia de quimioterapia. A radioterapia se apresenta como a única capaz de oferecer chance de resposta a longo prazo. O prognóstico é variável, de acordo com a causa e condição clínica. No nosso caso, aguardamos biópsia da mama, de suspeita neoplásica e sendo essa a possível origem de amiloidose secundária.
Área
Endoscopia Respiratória
Instituições
Hospital Geral de Carapicuíba - São Paulo - Brasil
Autores
JAYNE LUCIVANIA SANTANA NERI, JUSSARA RAMOS RIBEIRO, RODRIGO BRASILEIRO DE SOUZA, ANA BEATRIZ LIMA RESENDE, JULIA VITORIA NUNES DE AQUINO, GIOVANNA GONCALVES PITANGA, MARIA LUIZA GALORO, ANDRE LUÍS SIMÕES BRAGA, ANA CAROLINA LIMA RESENDE, MARIANA LAFETA LIMA, EVELISE LIMA