Dados do Trabalho


Título

INFLUENCIA DA FORÇA MUSCULAR INSPIRATORIA NA CAPACIDADE FUNCIONAL E NA FUNÇAO PULMONAR DE PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇAO CARDIOVASCULAR

Introdução

A fraqueza da musculatura respiratória está associada a fragilidade na população com doenças cardiovasculares (DCV), o que pode ter influência na capacidade funcional e na função pulmonar dessa população, fatores associados a intolerância ao exercício e pior prognóstico.

Objetivos

Comparar a capacidade funcional e a função pulmonar de participantes de um programa de reabilitação cardiovascular (PRCV) de acordo com a força muscular inspiratória e correlacionar a força muscular inspiratória com a função pulmonar e a capacidade funcional.

Métodos

Foram avaliados dados de 50 participantes de um PRCV, divididos em dois grupos de acordo com a força dos músculos inspiratórios, avaliada por meio de um manovacuômetro analógico calibrado em cmH2O (GerAr®, Brasil) e considerando os valores preditos da Pressão Inspiratória Máxima (PIMáx) calculados com base na fórmula proposta por Pessoa et al 2012. G1 (PIMáx <70% do predito; n= 27; 14 mulheres; idade= 66,11±9,83 anos; IMC= 29,38±4,47kg/m²) e G2 (PImáx ≥70% do predito; n= 23; 15 homens; idade= 67,52±10,54 anos; IMC= 27,98±3,19kg/m²). A capacidade funcional foi avaliada pelo Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6) e a função pulmonar por meio da espirometria (MIR-Spirobank II – Mini Spirometer, Itália), realizada de acordo com as recomendações das Diretrizes para Teste de Função Pulmonar de Pereira 2002. A comparação entre os grupos foi realizada pelo Test T de Student ou teste de Mann-Whitney e a correlação utilizando os testes de Spearman ou Pearson, ambos de acordo com a normalidade dos dados (Shapiro-Wilk). O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para nenhuma das variáveis: distância percorrida (DP) (G1= 526,39±92,160; G2= 492,48±80,72; p=0,17); porcentagem do predito da capacidade vital forçada (CVF): (G1= 87,87±12,58; G2= 85,81±15,26; p=0,50); porcentagem do predito do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): (G1= 99,52±26,98; G2= 90,89±21,43; p= 0,15); porcentagem do predito da relação CVF/VEF1: (G1= 102,47±6,78; G2= 100,81±6,26; p= 0,25); e porcentagem do predito do pico de fluxo expiratório (PEF): (G1= 83,65±19,69; G2= 73,77±18,42; p= 0,07). Quanto as correlações, a PIMáx apresentou correlação positiva moderada com as seguintes variáveis: distância percorrida (r= ,423; p=0,002); porcentagem do predito da VEF1 (r= 0,376; p= 0,007)); e porcentagem do predito da relação CVF/VEF1 (r= 0,280; p= 0,049).

Conclusões

Não houve diferenças significantes em relação a capacidade funcional e a função pulmonar de participantes de um PRCV com PImáx <70% do predito em comparação aqueles com ≥70% do predito. Contudo, observamos que a força muscular inspiratória possui correlação positiva moderada com a capacidade funcional e função pulmonar nessa população.

Área

Função Pulmonar

Instituições

UNESP - São Paulo - Brasil

Autores

LAÍZA DELATORRE MARDEGAN BORGES, JÉSSICA MALEK DA SILVA, PAULA FERNANDA DA SILVA, LUIZ CARLOS MARQUES VANDERLEI