Dados do Trabalho


Título

COMPROMETIMENTO PULMONAR NA TC DE TORAX E SUAS IMPLICAÇOES FUTURAS NA COVID-19

Introdução

A COVID-19, infecção respiratória aguda provocada pelo vírus SARS-CoV-2, promoveu uma pandemia mundial a partir de março de 2020. O número de casos confirmados no mundo é de aproximadamente 674 milhões, 37 milhões no Brasil e 158.347 na cidade de Londrina-PR. O uso da TC de tórax é indicado para pacientes hospitalizados, sintomáticos e com indicação clínica específica para tal. É útil também para avaliar a extensão da doença, suas possíveis complicações e estabelecer diagnósticos diferenciais. Devido a isso, o grau de comprometimento pulmonar na TC realizada na admissão hospitalar, é um parâmetro importante que visa identificar uma possível correlação com posteriores sequelas, em especial a fibrose pulmonar. Os achados mais característicos na TC incluem opacidades em vidro fosco multifocais bilaterais, com predomínio periférico e região posterior, frequentemente nas bases. Podem evoluir para padrão de pavimentação em mosaico e, com a evolução da infecção, em consolidações, com posterior reabsorção e o surgimento de faixas fibróticas.

Objetivos

Objetivo: analisar a prevalência de sequelas pulmonares em pacientes recuperados da COVID-19 atendidos no ambulatório de especialidades do HU-UEL de maio/2022 a fevereiro/2023.

Métodos

Metodologia: Estudo observacional transversal retrospectivo através da análise de prontuários.

Resultados

Resultados: Foram avaliados 344 pacientes pós-infecção pela COVID-19, de ambos os sexos, entre 18 e 87 anos. A gravidade da infecção foi heterogênea, sendo percebida pela porcentagem do acometimento pulmonar no exame tomográfico: 121 pacientes apresentaram >75% de comprometimento, 121 entre 50-75% dos pulmões acometidos, 52 entre 25-50%, 13 pacientes com comprometimento de 10-25%, em 17 foi <10%, e os 20 pacientes restantes não possuíam essa informação disponível. Dos pacientes com algum comprometimento pulmonar, 30 necessitam de O2 domiciliar, 20 tiveram 50% ou mais dos pulmões comprometidos. Entre as sequelas agudas da infecção, a fibrose pulmonar é uma das mais severas e frequentes complicações, devido à distorção arquitetônica do parênquima pulmonar, prejudicando sua funcionalidade e aumentando a mortalidade. Registros de fibrose pulmonar estão mais associados à doença grave, necessidade de terapia intensiva, uso de ventilação mecânica e maior tempo de hospitalização. Além disso, pacientes com fibrose sofrem mais frequentemente de sintomas persistentes como tosse, dispneia, dor torácica, fadiga e mialgia, o que é reportado pela maioria dos pacientes do ambulatório.

Conclusões

Dessa forma, o conhecimento do grau de acometimento pulmonar por fibrose pós-COVID19 é indispensável para análise do prognóstico e decisão terapêutica individualizada. No entanto, ainda há incertezas quanto aos seus desdobramentos futuros, visto que a pandemia tem curso recente. Assim, é necessário acompanhamento tomográfico e clínico contínuo dos pacientes atendidos no ambulatório, visando o rastreamento da fibrose como complicação a longo prazo.

Área

Infecções respiratórias e Tuberculose

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA - Paraná - Brasil

Autores

LISSA OKAMURA ASSADA, LEONARDO CAMPANER, LUCAS AUGUSTO LOPES GENEZ, DESIREE JACOB MONTEIRO, FELIPE DE OLIVEIRA SOUZA, FATIMA MITSIE CHIBANA SOARES, ALCINDO CERCI NETO, JAMILE DA COSTA RIECHI, ROSILET RONDON SERRANO, GABRIEL HENRIQUE NUNES CHAGAS