Dados do Trabalho
Título
INFLUENCIA DA MIDIA SOCIAL NO USO DO CIGARRO ELETRONICO: FATO OU “FAKE”?
Introdução
Como produto inicialmente indicado para a superação do vício ao tabagismo, o cigarro eletrônico (CE) foi apresentado como uma alternativa menos prejudicial, objetivo esse questionável e informação de veracidade refutável. Tal pretexto, acabou por favorecer a disseminação do CE ao ponto de atingir até os não fumantes, atraindo, inclusive, os mais jovens; assim como ratifica o relatório Covitel de 2022, o qual expõe que 7,3% dos brasileiros fizeram uso do CE, porcentagem essa ainda mais expressiva caso seja analisado exclusivamente jovens entre 18 e 24 anos, intervalo de idade em que sua utilização é mais frequente. Prevalência essa corroborada pelo estilo de vida apresentado por influenciadores digitais, que atrelam a seu conteúdo rotineiro suas experiências do uso de vapes, exercendo assim a função de propaganda indireta que motiva decisões e atitudes do público a favor do consumo de CE. Isso, enquanto informação provindas de estudiosos ou que citam a malignidade e consequências do produto para o consumidor permanecem em segundo plano de visualização nas páginas da internet.
Objetivos
Avaliar a veracidade das informações veiculadas em redes sociais que abordam o tema cigarro eletrônico.
Métodos
A pesquisa fez o uso de vídeos publicados na plataforma YouTube, a partir das palavras chaves “cigarro eletrônico”, busca essa que foi feita no dia 5 de julho de 2022 e que, a partir dela, utilizou-se os duzentos primeiros vídeos apresentados após a procura. Com o critério de exclusão sendo o fato de não possuir correlação direta com o tema. Foram observados os seguintes parâmetros: endereço eletrônico, se o conteúdo do vídeo era contra, neutro ou a favor do uso, número de visualizações, número de “curtidas”, taxa de propagação e informações sobre o autor.
Resultados
Dos 200 vídeos encontrados foram selecionados 161. O número total de visualizações foi de 17.806.385 sendo 45% de vídeos a favor do uso do CE, 16% contra e 39% neutro.
Os vídeos analisados a favor do uso, somente 5,2% informaram que os autores possuíam graduação em nível superior, já nos vídeos contrário ao uso 100% informaram possuir este nível de graduação.
A taxa de propagação total foi de 18.718.612, sendo 8.268.982 a favor do uso, 3.085.382 contra e 7.364.248 neutra.
Conclusões
Os vídeos mais acessados e com maior taxa de propagação foram a favor do uso de cigarro eletrônico, os quais possuem baixa confiabilidade devido ao fato de não terem como interlocutores estudiosos da área ou pessoas que tenham compromisso com a veracidade.
Área
Tabagismo
Instituições
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA - São Paulo - Brasil
Autores
CARLOS EDUARDO BUENO, BEATRIZ DOS SANTOS BUENO, MANUELA DOS SANTOS BUENO, LUIZA PEDRO COSTANZO, KALIANA MOURA SILVA, JOSE ANTONIO PIZZOLATO NETO, ANA LUISA MACHADO, PATRICIA CINCOTTO DOS SANTOS BUENO