Dados do Trabalho


Título

TERAPIAS COM BENEFICIO NA PREVENÇAO DA TEMPESTADE CITOCINICA INDUZIDA POR INTERLEUCINAS 6, 8, 1Β, 12 E 29: PRINCIPAIS ACHADOS DE ESTUDO DE FASE 3, COM ENFOQUE EM SARS-COV-2.

Introdução

Determinados tipos de infecções respiratórias originam uma resposta imune exacerbada, por meio da elevação de Interleucinas 6, 8, β1 e 12. Isso ocorre devido à desregulação de receptores alfa-1 ou, ainda, devido à inibição da Interleucina-29 (também chamada de Interferon Tipo III). Essas alterações podem desencadear a Síndrome da Tempestade Citocínica (STC), que está associada a inflamação sistêmica, instabilidade hemodinâmica e complicações típicas, como: síndrome respiratória aguda grave, pneumonia intersticial bilateral e hipóxia. Dentre os vírus causadores da STC, podemos citar o H1N1, o Adenovírus, o Vírus Sincicial Respiratório, o Parvovírus e, mais recentemente, o SARS-CoV-2. Uma vez que a chave para a inibição da Tempestade Inflamatória poderia estar no controle da resposta imune, esse estudo realizou importantes análises com dois medicamentos que apresentaram potencial de imunomodulação in vitro previamente: a Fluvoxamina e o Interferon Lambda Peguilado.

Objetivos

Analisar os principais resultados obtidos de estudos originais, com o intuito de releitura na perspectiva da inibição da tempestade citocínica em infecções respiratórias.

Métodos

Esta pesquisa original de Fase 3 utilizou o Modelo Adaptativo de Ensaio Clínico Randomizado. Como critério de inclusão, foram selecionados pacientes não hospitalizados e sintomáticos com até sete dias de sintomas, e com risco de desenvolvimento de respostas citocínicas acentuadas durante a infecção por Coronavírus . No braço da Fluvoxamina, foram administrados o placebo ou 100 miligramas da medicação a cada doze horas, por dez dias. Já no braço do Interferon, os pacientes receberam injeção subcutânea de 180 microgramas do medicamento ou placebo, em dose única. A pesquisa foi aprovada por conselhos de ética locais e nacionais (CONEP CAAE: 41174620.0.1001.5120, carta de aprovação 5.501.284) e todo o trabalho foi realizado sem a participação direta da indústria farmacêutica, mas em parceria com o Sistema Único de Saúde.

Resultados

O braço da Fluvoxamina randomizou 1497 pacientes entre os meses de janeiro e agosto de 2021 e demonstrou Redução do Risco Absoluto de 5% e Redução do Risco Relativo de 32% para hospitalizações. Já no braço Interferon Lambda Peguilado, foram randomizados 1951 pacientes entre junho de 2021 e fevereiro de 2022, no qual demonstrou a redução do risco de hospitalizações ou falecimento relacionados ao COVID-19 em 47%, diminuição da incidência de hospitalização em 65% e redução do risco de morte em 81% em relação ao grupo placebo.

Conclusões

A Fluvoxamina exibiu uma notável capacidade de reduzir complicações, ao atuar como potente reguladora de citocinas. De forma semelhante, o Interferon Lambda apresentou resultados ainda mais expressivos, através do mecanismo de barreira contra a infecção. Assim, os dados obtidos fornecem uma base sólida para a continuação da pesquisa sobre métodos de controle da Tempestade Inflamatória presentes em infecções virais respiratórias.

Área

Infecções respiratórias e Tuberculose

Instituições

Cardiologia de Assistência e de Pesquisa Ltda - Minas Gerais - Brasil

Autores

FILIPE VIANA SANTOS, CASTILHO VITOR QUIRINO DOS SANTOS , HIGOR GOMES MUSSI , JOSÉ GABRIEL VILHENA DE QUEIROZ , KELLY CRISTINA ALVES, LUÍZA LANNA FRANÇA REIS , THIAGO SANTIAGO FERREIRA, VITORIA HELENA DE SOUZA CAMPOS