Dados do Trabalho
Título
RESPOSTA DA MODULAÇAO AUTONOMICA CARDIACA A VENTILAÇAO NAO INVASIVA EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA HOSPITALIZADOS POR EXACERBAÇAO
Introdução
A exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um evento comum no curso clínico da doença. Nessa fase, o uso de ventilação não invasiva (VNI) provê assistência ventilatória sem necessidade de intubação, melhora as taxas de complicações e mortalidade e reduz o tempo de internação. No entanto, não está claro quais os efeitos da VNI no controle autonômico cardíaco durante essa fase de exacerbação da DPOC.
Objetivos
Avaliar os efeitos agudos da VNI na modulação autonômica cardíaca de pacientes com DPOC durante a fase de exacerbação.
Métodos
Quarenta e um pacientes com DPOC (67±8 anos, 51% do sexo masculino) e hospitalizados na enfermaria do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos foram avaliados de 24 a 48 h após a admissão hospitalar. A VNI foi aplicada na modalidade binível, na qual as pressões inspiratória (IPAP) e expiratória (EPAP) foram ajustadas de acordo com o conforto do paciente, variando de 8 a 12 cmH2O e 4 a 6 cmH2O, respectivamente. A duração da aplicação da VNI variou de 30 a 60 minutos, de acordo com a tolerância do paciente. Antes e após o protocolo de VNI, foi realizado o registro da frequência cardíaca e dos intervalos R-R em repouso na posição sentada durante 10 minutos para posterior análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e consequentemente avaliação da modulação autonômica cardíaca. A VFC foi analisada através do domínio do tempo (RMSSD, RRTri e TINN), domínio da frequência (alta frequência – AF e baixa frequência – BF) e índices não lineares (SD1, SD2, relação SD2/SD1, entropia aproximada e entropia amostral).
Resultados
Não houve diferença significativa após a aplicação da VNI no que diz respeito aos índices da VFC avaliados: (RMSSD de 19,6±3,1 para 22,5±4,7 ms, p=0,60; RRtri de 5,0±0,6 para 5,5±0,7, p=0,57; TINN de 94,1±14,7 para 111,6±22,5 ms, p=0,51; AF de 37,4±3,5 para 36,7±3,2 un, p=0,88; BF de 62,4±3,5 para 63,1±3,2 un, p=0,88; BF/AF de 3,7±0,7 para 3,8±1,0, p=0,93; SD1 de 13,6±2,2 para 15,9±3,4 ms, p=0,55; SD2 de 21,9±3,8 para 26,5±4,4 ms, p=0,42; SD2/SD1 de 1,94±0,15 para 1,97±0,15, p=0,87; Entropia aproximada de 1,03±0,02 para 1,05±0,02, p=0,60; Entropia amostral de 1,52±0,06 para 1,57±0,06, p=0.55).
Conclusões
Nossos achados sugerem que a aplicação aguda VNI não foi capaz de modificar a modulação autonômica cardíaca de pacientes com DPOC durante a fase de exacerbação.
Área
DPOC
Instituições
Universidade Federal de São Carlos - São Paulo - Brasil
Autores
VIVIANE CASTELLO-SIMÕES, ADRIANO PETROLINI MATEUS, ALESSANDRO DOMINGUES HEUBEL, ÉRIKA ZAVAGLIA KABBACH, NATHANY SOUZA SCHAFAUSER, RODRIGO POLAQUINI SIMÕES, MELIZA GOI ROSCANI, AUDREY BORGHI-SILVA, RENATA GONÇALVES MENDES