Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: PARACOCCIDIOIDOMICOSE GANGLIONAR E PULMONAR

Descrição do caso

A paracoccidioidomicose é uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. A doença é restrita à América Latina e é adquirida através da inalação de propágulos do fungo. A forma crônica do adulto mais frequente é de disseminação multifocal, com envolvimento dos pulmões, linfonodos, pele e mucosas. Essa forma tem evolução crônica com diagnóstico tardio. Acomete principalmente os indivíduos do sexo masculino, na faixa etária produtiva da vida (30-60 anos) e está relacionada às atividades agrícolas. Os autores descrevem a respeito do caso clínico de um paciente masculino, com 58 anos, portador de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) com as formas ganglionar e pulmonar concomitantes. Ao exame físico apresentava lesão ganglionar na região cervical esquerda com drenagem espontânea de secreção purulenta, associado a dispneia aos médios esforços, tosse seca persistente, astenia e com presença de dessaturação de oxi-hemoglobina (80% ar ambiente) e estertores finos difusos bilateralmente na admissão hospitalar. Exames complementares incluindo biopsia da lesão cervical (devido inicialmente a hipótese de processo neoplásico como a mais provável) além da sorologia para paracoccidioidomicose reagente 1:8 confirmaram o diagnóstico de PCM. Submetido a internação em UTI e uso de anfotericina B, VNI e O2 suplementar apresentando bom desfecho clínico. No sétimo dia, obteve alta hospitalar com encaminhamento para ambulatório de pneumologia para seguimento do tratamento de paracoccidioidomicose e da DPOC.

A PCM é a micose endêmica mais frequente da América Latina, onde o Brasil lidera com o número de casos. Se trata de uma doença sistêmica granulomatosa da qual suas principais apresentações são cutaneomucosas e pulmonar. Com a principal porta de entrada sendo o aparelho respiratório, cerca de 90% dos casos têm os pulmões comprometidos. O diagnóstico definitivo se faz através de achado do Paracoccidioides brasiliensis em fluídos ou tecidos, ou então por títulos de anticorpos específicos. O tratamento pode ser feito com Itraconazol ou Sulfametoxazol- trimetoprim, e os mais graves, com anfotericina B, como utilizado em ambiente hospitalar no caso descrito acima.
Por se tratar de uma patologia pouco presente no dia a dia médico, deve-se atentar para considerar a PCM como uma provável hipótese diagnóstica em zonas endêmicas.

Área

Infecções respiratórias e Tuberculose

Instituições

Universidade José do Rosário Velano - Minas Gerais - Brasil

Autores

LYSLIE APARECIDA PICHARA ITAPARICA, KATIA REJANE RODRIGUES LEAL, INGGRID SELENA FORTUNATO BRUGGER NOVAES FERRÃO, ISABELA CERCHIARI, JESSICA FRAGA GUIMRÃES BARREIRO