Dados do Trabalho
Título
Técnica de empilhamento de ar: duração dos efeitos obtidos no pico de fluxo expiratório e no pico de fluxo de tosse em pacientes submetidos à cirurgia torácica não cardíaca
Introdução
Após uma intervenção cirúrgica intratorácica, os pacientes apresentam
alterações fisiopatológicas que resultam em tosse menos eficaz. A técnica de
empilhamento de ar (TEA), utilizada inicialmente em pacientes com neuropatias,
determina aumento no pico de fluxo expiratório (PFE) e no pico de fluxo da tosse
(PFE) e estudos recentes demonstraram sua eficácia em pacientes submetidos a
cirurgia torácica não cardíaca, que por diferentes motivos, também apresentam
reduções nestas variáveis e consequentemente na capacidade de tossir. No
entanto, a literatura carece de estudos capazes de indicar o tempo de duração
destes efeitos benéficos.
Objetivos
Avaliar a duração dos efeitos da TEA no PFE e no PFT, de pacientes
submetidos à cirurgia torácica não cardíaca e se esses efeitos sofrem interferência
da idade, da presença de DPOC, do hábito tabágico e da presença de dreno
torácico.
Métodos
Trinta doentes submetidos à cirurgia torácica não cardíaca eletiva,
receberam a TEA no 3º PO e os valores de PFE e PFT foram obtidos
imediatamente, a cada 30 minutos até a segunda hora e a cada 60 minutos até a
sexta hora após sua aplicação. Todos os participantes foram avaliados no pré-
operatório e 3º PO com relação aos sinais vitais, pressões inspiratórias máxima
(PImáx) e expiratória máxima (PEmáx), PFE e PFT.
Resultados
Nove doentes (30%) eram do sexo feminino, a idade média do grupo
foi de 5312 anos. O PFE e PFT apresentaram, respectivamente, aumento
significante de 4511% para 10311% (p=0,02) e de 4210% para 1036% (p=0,01)
do previsto após a TEA. Os efeitos se mantiveram por até 300 min (p=0,03) no PFE
e até 240 min (p=0,04) no PFT. A idade não foi um fator relevante na duração dos
efeitos. Em portadores de DPOC, a duração dos efeitos se extendeu até 240 min
(p=0,03) e nos sem DPOC até 300 min (p=0,03). Não houve diferença na duração
dos efeitos de tabagistas e não tabagistas, que se mantiveram até 300 min para o
PFE (p=0,02) e até 240 min para o PFT (p=0,02). Os pacientes sem e com dreno de
tórax mantiveram os efeitos no PFE até 300 min (p=0,01 e p=0,02,
respectivamente). A duração dos efeitos no PFT dos pacientes sem dreno foi até
300 min (p=0,02) e para pacientes com dreno até 180 minutos (p= 0,02).
Conclusões
Em pacientes submetidos a cirurgia torácica não cardíaca, os efeitos
da TEA sobre o PFE e PFT se mantiveram até 300 e 240 minutos, respectivamente.
Nos pacientes portadores de DPOC os efeitos sobre o PFE e PFT tiveram menor
duração que nos pacientes sem DPOC. Não houve diferenças na duração dos
efeitos sobre o PFE e PFT de tabagistas ou não tabagistas. Não houve diferenças
na duração dos efeitos sobre o PFE de pacientes com dreno e no PFT a duração
dos efeitos foi menor nos pacientes com dreno de tórax.
Área
Reabilitação e Fisioterapia respiratória
Instituições
UNIFESP - São Paulo - Brasil
Autores
RENATA DE JESUS TEODORO, MARCELLA MARSON MUSUMECI, LUCIANA DIAS CHIAVEGATO, SONIA MARIA FARESIN