Dados do Trabalho

Título

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA MORTALIDADE POR DOENÇA OBSTRUTIVA CRONICA NO ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL, NO PERIODO DE 2019 A 202O

Introdução

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma das principais causas de morbimortalidade no Estado de Mato Grosso (MT), Brasil, e no mundo. De fato, o tabagismo é o principal fator que contribui predominantemente para essa patologia crônica.

Objetivos

Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por DPOC no Estado de Mato Grosso, do ano de 2019 a 2022.

Métodos

Estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo, com a captação dos dados secundários no sistema de informações da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso. As variáveis selecionadas foram: ano de óbito, causa básica (Cid10 3C: J44, J44.0, J44.1, J44.8 e J44.9), número de óbitos, sexo, faixa etária, macrorregiões de residência, raça/etnia e assistência médica. Os dados foram tabulados no programa Excel e calculadas as frequências absolutas e relativas. Os aspectos éticos estão de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde N° 510/2016.

Resultados

Foram registrados 2.550 óbitos por DPOC no período analisado, com a maior percentual no ano de 2022 (27,9%), seguido por 2019 (27,6%), 2020 (24%) e 2021 (20,5%). Com relação ao sexo, o sexo masculino foi o mais acometido (61%) e o sexo feminino representou 39% dos óbitos. A maioria das mortes ocorreram na faixa etária acima dos 80 anos (36,8%), seguida pelas faixas: 70 a 79 anos (31,4%), 60 a 69 anos (21,2), 50 a 59 anos (7,8%), 40 a 49 anos (1,9%), e de 1 a 39 anos (0,8%) e em branco ou ignorado (0,1%). No tocante a etnia, a etnia mais afetada foi a parda (51,1%), seguida pelas etnias branca (37%), preta (9,3%), amarela (0,9%) e indígena (0,8%), em branco ou ignorado (0,9%). Os óbitos ocorreram mais frequentemente entre pessoas sem nenhuma escolaridade ( 29%) seguido por aqueles que apresentaram tempo de estudo entre 4-7 anos ( 25,6%) , entre 1 a 3 anos (18,6%), 8 a 11 anos (12,3%) e 12 anos mais (2,5%), em branco ou ignorado (12%). Dos 2550 óbitos por DPOC analisados, 67,3% receberam assistência médica, enquanto que apenas 4,8% não receberam, branco ou ignorado (27,9%). As macrorregiões de residência com maior número de óbitos foram a Centro-Norte (37,3%), Sul (18,7%), Norte (17,3%), seguidas pelas macrorregiões Oeste (10%), Centro-Noroeste (9,2%) e Leste (7,5%).

Conclusões

Houve um aumento no número de óbitos por DPOC em MT, sobretudo no ano de 2022, a maior parte das vítimas eram do sexo masculino, faixa etária de 80 anos ou mais, etnia parda e com 0 anos de escolaridade. Nesse sentido, dados da literatura científica sobre a temática DPOC reforçam essas descobertas. Portanto, é evidente que a compreensão das características epidemiológicas sobre a mortalidade por DPOC no Estado de Mato Grosso podem contribuir para a melhoria das atuais políticas públicas de combate à DPOC em MT e no Brasil.