Dados do Trabalho

Título

ASSOCIAÇAO ENTRE COMORBIDADES PULMONARES E PREDITORES DE DETERIORAÇAO CLINICA EM PACIENTES COM COVID-19

Introdução

A presença de comorbidades gera maior impacto na severidade da COVID-19, representa como agravo adicional e, consequentemente aumento na mortalidade decorrente desta infecção. Pacientes com comorbidades respiratórias, em especial, descompensadas ou graves podem ser comprometidos com pior prognóstico na COVID-19.

Objetivos

Determinar a prevalência de pacientes com comorbidades pulmonares com COVID-19 acompanhados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB)-UNESP; estudar associação entre comorbidades pulmonares e preditores de deterioração clínica como necessidade de internação e óbito na COVID-19.

Métodos

Estudo unicêntrico, de coorte retrospectivo de pacientes adultos (>18 anos), admitidos no HCFMB-UNESP no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2021, com diagnóstico confirmado de COVID-19.

Resultados

Incluídos 1996 pacientes com a média de idade de 5117 anos, 51% homens, 82% brancos (n=1633), 10% pardos/negros (n=200) e 8% outros (n=163). A prevalência de pacientes com comorbidades pulmonares foi de 6,6% (n=132). Principais comorbidades pulmonares foram: 3,9% asma (n=77), 1,3% DPOC (n=26), 0,6% tuberculose prévia (n=12), 0,35% TEP prévia (n=7), 0,3% pneumonia comunitária (n=6) e 0,2% fibrose pulmonar (n=4). As comorbidades pulmonares significativos para necessidade de internação foram: DPOC (0,9% vs 2%; p=0,042), asma (3,2% vs 5,5%; p=0,016) e TEP prévia (0,14% vs 0,8%; p=0,023). Entretanto, a principal comorbidade pulmonar para óbito foi a pneumonia comunitária (0,12% vs 1,2%; p=0,001).

Conclusões

O comprometimento pulmonar na COVID-19 está associado ao pior prognóstico. A presença de comorbidades pulmonares como DPOC, asma e TEP prévia na COVID-19 foram determinantes para desfechos desfavoráveis como a necessidades de internação. E, embora em pequeno número, a pneumonia comunitária foi determinante para óbito. O impacto das infecções respiratórias em um sistema respiratório cronicamente comprometido pode levar a exacerbações graves, muitas vezes causando resultados fatais se não forem adequadamente tratadas.